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Espelho meu, espelho meu

Atualizado: 6 de dez. de 2023

Podia ser mais bonita, mais magra, mais gorda, mais tonificada, ter a pele mais bonita, ter o cabelo encaracolado, ter o cabelo liso....


Tantas e mais coisas, mas vamos lá a sério.


Beleza exterior


Eu sempre fui uma rapariga com alguma confiança. Algo que fui conquistando ao longo dos anos. Não posso dizer que me sentia um patinho feio porque fui aprendendo a gostar do meu aspecto exterior. Nessa área não tinha muito com que me preocupar.


Ainda assim, não me escapava dos comentários:

- És magra demais

- Não tens rabo nenhum...

- Olha essas olheiras...

- O teu cabelo é bonito, mas se o desfrisasses talvez ficasse ainda melhor, aí era perfeito...


Beleza interior

A verdade é que comentários em relação ao meu aspeto físico nunca me atingiram muito e acredito que muito pela força que a minha mãe me dava. Ela explicava-me que não eram as roupas de marca ou maquilhagem que faziam alguém mais bonito. Que eu tinha valor e beleza como tantas outras pessoas e não precisava de ter o que os outros têm para me sobressair.


Ainda assim, em uma sessão de terapia, cheguei à conclusão de que a minha auto-estima e autoconfiança não eram assim tão altas como eu pensava.


Percebi que me achava constantemente insuficiente. Faltava-me sempre algo. Olhava à minha volta e acabava por concluir que havia sempre alguém melhor, com mais competências. E cá vivia eu, focada no que eu não tinha, ou talvez até tivesse, mas não me tinha apoderado o suficiente para poder olhar para mim com mais respeito, compaixão e admiração.


No meu caso, as palavras que haviam provocado maior dano na minha auto-estima eram palavras que se relacionavam com o meu interior, com aquilo que sou enquanto pessoa.


Palavras que me faziam sentir insuficiente, que estar contra a corrente em alguns momentos era mau, que eu devia ser mais normal. Estas palavras, vinham tanto de pessoas próximas como da própria sociedade.


A boa aluna

Por vezes, quando chegava a casa e mostrava as boas notas ao meu pai, ele perguntava se havia sido a melhor ou se alguém tinha tido nota uma nota mais alta. Eu hoje sei que não era com má intenção que ele me perguntava isso, afinal ele, homem negro, trabalhador da construção civil, sabia o quanto o mundo era exigente e o quanto eu teria de me sobressair para alcançar algo melhor.


Por outro lado, na altura sentia-me como se a nota do outro contasse mais do que a minha, sentia que só podia ser boa o suficiente se fosse mesmo a melhor de todos.


E isso foi contaminando, a minha área escolar e profissional.


Competição comigo mesma


A minha competição nunca era com o outro mas comigo mesma, pois ouvia em casa, o quanto as boas notas eram boas para mim, para o meu futuro, e tudo bem, parece-me um bom princípio. Contudo, faltava algo nesta equação para a tornar mais equilibrada.


Eu habituei-me demasiado a olhar para o que faltava e acabava por não perceber o que tinha conseguido alcançar. Não me perguntem como... ou melhor, perguntem sim.


Há coisas que os nossos pais não falam, mas ainda assim reverberam em nós.

A verdade, é que por mais que procure contornar este assunto, por mais que procure falar de forma delicada para que todos entendam, torna-se algo quase impossível. Alguns até podem chamar de mi mi mi mas com esses eu posso bem. Já não me abalam como antes pois hoje uma coisa é certa, só eu sei o que é andar nos meus sapatos... e ninguém pode negar, aquilo que vivencio e o que sinto.


Na faculdade entrei de forma tímida, tinha algum jeito para desenhar mas não me sentia um ex-libris do desenho, mas uma coisa era certa, eu podia não ser uma Leonardo Da Vinci, mas perseverança e persistência não me faltava.


Coloquei a mim mesma a meta de alcançar o melhor possível, não queria ser uma aluna com notas médias, queria ser das melhores... e lá fui eu.


1º ano, a média estava perto de um 11/12 mas depois desse ano, só vos posso dizer que foi sempre a subir, consegui completar a minha tese de mestrado com 19 valores.


Sim, se me tens seguido aqui no blog, foi durante essa mesma tese de mestrado que comecei a ter crises de ansiedade. Dá para ver que essa tese deu bastante trabalho, se assim posso dizer...


No final valeu a pena, afinal 19 valores não é nada pouco...


Da faculdade para o mercado de trabalho

Apesar de ter evoluído imenso e de forma visível na minha carreira como designer ainda sentia que não tinha encontrado totalmente o meu dom, faltava algo.


Em certos momentos, olhar para o meu CV entristecia-me, pensava:

- Poxa, passei por todas estas empresas, em todas aprendi algo. Em todas, as pessoas gostaram do meu trabalho mas porque é que no final acaba sempre por surgir algo para eu não continuar no mesmo lugar? Talvez seja por eu não ser a Da Vinci do design.


Foi então que tudo mudou, entrei numa nova empresa. Nessa empresa, comecei a perceber que todos os lugares pelos quais eu tinha passado me deram algo importante para o meu novo papel enquanto profissional.


O trabalho foi aumentando e a equipa teve de crescer passei de executora a gestora de projetos. Lembro-me de recear o aumento de responsabilidades nessa nova função e a minha psicóloga ajudar-me a compreender o quanto as responsabilidades que eu temia que me fossem acrescentadas, eu já tinha a meu cargo na minha função inicial. Oh la la, quanto síndrome do impostor aqui dentro... Como foi importante este esclarecimento.


O medo desta nova função dissipou-se porque, afinal, aquilo que me era familiar não iria mudar assim tanto. Engraçado como fiquei a perceber o quanto tudo tem um propósito.


Dentro do design gráfico, existem inúmeras áreas (editorial, digital, packaging,...) e tendo passado por várias empresas, acabei por experimentar um pouco de várias e nunca me especializar em nenhuma. Sentia-me que sabia um pouco de tudo e ao mesmo tempo nada a fundo, sobre algo em particular.


Foi então quando comecei a trabalhar como Responsável de Marketing que consegui compreender o quanto era valiosa toda essa aprendizagem superficial que havia adquirido ao longo dos anos. Eu podia não ser uma Da Vinci do design, mas era uma excelente gestora de projetos.


Para mim era um trabalho que me dava gozo, não via as horas passar, dedicava-me a 1000%.


Contudo, sentia que ainda assim faltava qualquer coisa.

Então decidir passar por um processo de auto-conhecimento. Saber :

· Quem sou eu enquanto pessoa?

· Quem sou eu enquanto profissional?

· Qual o legado que quero deixar ao mundo?


A resposta a estas perguntas foram-se tornando cada vez mais sólidas. Pude compreender a origem da minha auto-sabotagem mas também quais as minhas melhores valência e como usá-las.


Prazer, eu sou o coaching...

Entendi que o que me aliciava, essencialmente, no papel de Responsável de Marketing para além da criatividade, era este lado de refletir em equipa, a mediação entre equipa e empresários, motivar a equipa a ir mais longe... Era o contato humano que me fazia vibrar...


Quando Deus nos coloca no caminho que tem que ser

Eu bem digo que quando nós pedimos, Deus ouve. Depois da minha licença de maternidade onde aproveitei para fazer esse processo de autoconhecimento comecei então a reflectir sobre como iria conjugar o trabalho que tinha na altura, com esta nova paixão pela área do coaching.


Já tinha a formação só faltava mesmo o tempo livre para construir e implementar o meu novo projeto.


E não é que surgiu essa oportunidade?! Tive que tomar uma decisão e essa decisão levou-me a poder dedicar-me a 100% à criação da Made to be Happy.


Prazer, sou a Rosana

A verdade é que pedi a Deus que me ajudasse a encontrar essa vida abundante, esse propósito de que a bíblia tanto fala e Ele atendeu ao meu pedido. Para quem não acredita em Deus, basta pensar que uma coisa é certa, todos procuramos uma razão para estar aqui, um significado para que a vida faça sentido, isso pode ajudar-vos a perceber melhor a minha busca. Este processo tem-me esculpido a cada dia, levando-me a conhecer cada vez mais quem sou e qual o meu valor.


Não é à toa que vim aqui parar, não é à toa que escrevo este texto a vocês.


A Rosana de hoje sabe que sim, que tem muito para falar, muito para partilhar. Sabe que não precisa ser perfeita todo o tempo, mas que a sua perseverança a permite continuar a lutar e crescer aos poucos. Esta Rosana ganhou voz e ganhou corpo. E hoje percebe que tudo aquilo que ouvia de outros e até de si mesma, simplesmente, estava a ser visto pela lente errada.


Mudar o foco, a perspetiva sobre cada característica minha tem vindo a mostrar-me como cada parte minha foi construída com o cuidado, com o detalhe e com o amor que só mesmo Deus poderia dar.


Amar ao próximo como a si mesmo, nunca me fez tanto sentido como hoje.

Hoje curo as minhas feridas para evitar que elas caiam sobre o outro. Hoje curo as minhas feridas e olho para as cicatrizes que elas deixaram, como marcas de uma batalha vencida, de uma nova conquista alcançada.


Talvez, como eu, de início, podias pensar que gostar da imagem exterior que reflecte no espelho bastava para ter uma auto-estima alta mas ter uma boa auto-estima vai muito para além disso, é bem mais profundo. Olha para a tua vida e vê o quanto já alcançaste com aquilo que és hoje e redireciona a tua mira para aquilo que poderás alcançar lá à frente com a tua verdadeira essência.


- - - -


Vem conhecer mais sobre ti.

Queres ajustar a tua lente e olhar para ti mesmo(a) com amor, admiração e compaixão?

Então junta-te a mim no no Workshop online sobre Auto-estima - Fazendo as pazes comigo mesmo(a) que se vai realizar no dia 9 de Dezembro entre as 10h e as 12h, hora de Luxemburgo. Entre as 9h e 11h, hora de Portugal.

Acredita que vais sair transformado(a).







 
 
 

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