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Manifesto de uma mulher/mãe / esposa/empreendedora


Hoje, o parar, é algo que parece quase inalcançável, neste mundo que corre à velocidade da luz.

 

O tempo voa e parar para descansar, hoje em dia, parece um sacrilégio.

Uns veem parar como significado de morrer, outros como demonstração de preguiça, outros só têm medo de parar porque não querem parar para pensar no significado da corrida e perceber que, no fundo, estão a correr por nada, e ainda tem aqueles que não param porque é na corrida que se sentem vivos e outros, não querem parar porque senão, o que é que os outros vão pensar?

 

Parar para pensar

 

Estava num momento de introspecção, reflexão sobre o meu percurso até aqui, em que sentia o cansaço, mas também o medo de parar para descansar e assim adiar aquilo que quero alcançar.

 

Ainda por cima, sendo mulher, o peso é outro, bem mais pesado. Afinal de contas, com tantos papéis para desempenhar na perfeição, quem tem tempo para parar?

 

Mulher

 

Quantas mulheres conheces à tua volta que não digam:

- Deixa estar, eu faço?


Quantas dessas mulheres se queixam que têm que dar conta de tudo? Que se sentem cansadas a cuidar de tudo ao mesmo tempo?

 

A verdade, é que para a sociedade, a mulher foi criada para cuidar do outro, de tudo à sua volta menos de si mesma e por isso é tão difícil descansar.

 

Eu sei o que vais dizer:

- Se eu não fizer, quem vai fazer?

 

E eu digo-te:

- Eu entendo-te, eu vejo-te.

 

Sei que tens medo do que o que a sociedade vai pensar.

 

Como falava Elisama Santos num vídeo, é que a verdade, é que há um mínimo de qualidade que não é negociável e nem todos à tua volta percebem isso. Por isso não consegues largar os pratos todos que tentas equilibrar.

 

 

Cuidar é amor

 

Cuidar é amor, não um amor que espera algo em troca mas como algo natural que no fundo faz parte do desenho original do ser humano. Que vem de um sentido de viver numa comunidade empática e que se entreajuda.

 

Hey, mulher!

 

Agora, mulher! Sai daí, desse lugar que espera que alguém diga:  Queres sentar? -  para conseguires sentar. Pára de esperar que respeitem os teus limites quando só tu os conheces ou pelo menos deverias conhecer e só tu os podes expor e pedir que sejam respeitados.

 

 Pára

 

Sabias que é quando páras  que recarregas energia e tens mais força para seguir? Sabias que os maiores criativos têm ideias quando saem para uma caminhada, quando exatamente param de pensar? Sabias que se não dás conta de tudo, podes e deves pedir ajuda e que isso não te torna fraca, mas sim humana? Sabias que só consegues cuidar de tudo à tua volta se começares por cuidar de ti?

 

 

As vozes

 

Eu sei, aquelas vozes não se calam. Eu sei! É uma sensação de impotência, num mar grande, que parece ir na direção contrária, mas começa aos poucos.  

 

Começa pelo mais importante, conhecer a ti mesma. Perceber quem és, para além de todos esses papéis. O que queres para a tua vida. Porque escolheste essa pessoa para a tua vida? O que tu não podes mais permitir? Só assim vais conseguir perceber a verdade por trás do descanso e o quanto tu és digna e merecedora de tal. Não serve de nada, estares doente, física ou psicologicamente, infeliz e exausta. Trata, cuida de ti. E não, não é só ir à manicure e ao cabeleireiro. Essa parte deve ser apenas a cereja no cimo do bolo.

 

Como fazer

 

Eu sei! Estás a perguntar-te :

- Como fazer isso sem sentir que fico para trás? Que tenho menos valor que as outras mulheres? Que sou insuficiente? Ao mesmo tempo, como parar o tempo, sendo que ele corre aí fora e as tarefas só acumulam.


Ainda que precisemos parar para respirar, não é fácil.

Como não fazer se ninguém vai fazer por mim?

 

Eu vou dizer-te :

- Lembrando do quão importante isso é, para que possas florescer no teu meio e expandir essa alegria que fica contida pelo cansaço.

 

Rosana, a empreendedora

 

Este projeto (Made to be Happy) tem sido o meu motor, criar algo ambicioso e ao mesmo tempo tão importante, tem sido um desafio e ao mesmo tempo algo muito bom de se fazer. Tem sido um percurso de aprendizagem, desafio e realização.

 

Parar, parece estar fora de questão, ainda que o cansaço venha.

Hoje, conto com algumas ajudas, mas ainda tenho de incorporar várias funcionárias num só corpo. Em mim, tenho  o departamento de contabilidade, o departamento de marketing, o departamento que dá formações, o departamento comercial, a administração,... entre outros que não me lembro.

 

Ser empreendedora é das melhores coisas que sinto que estou a fazer, pois é criar algo e dar a minha assinatura, o meu cunho pessoal. É transformar vidas.

 

No início é difícil, perceber quando e como podemos descansar no meio disto tudo. Queremos logo chegar à meta, então, corremos e continuamos a correr sem abrandar, sempre a querer aumentar a velocidade:

- Quando é que eu chego àqueles palcos com uma plateia cheia? Quando é que as inscrições esgotam? Quando é que vou reclamar de ter a agenda tão cheia?

 

Estas e muitas questões rodam na minha cabeça e fazem com que eu não consiga esperar, não consiga parar. Tenho medo de perder o ritmo, a disciplina, tenho medo de me lembrar que ainda não estou lá. De perceber que já estou nisto há mais de um ano e a estabilidade financeira ainda está a ser construída.

 

O objetivo é excelente, mas o processo é doloroso: é de aprendizagem, autoconhecimento, criação de bases, de estrutura...

 

Ter uma rede apoio, pessoas que pensem como eu e estejam no mesmo processo, é crucial para que não me sinta sozinha e desanimada.

Perceber se estou na direção certa, se falta enviar mais um email, criar mais um post, abrir outro projeto, dá aquele frio na barriga, que também coloca-me ação. Continuo a tentar!

 

Não consigo parar, não quero pensar no que ainda falta, não quero sentir que não tenho mais alternativas, que está tudo fora do controlo, quero focar naquilo que quero, consigo e estou a fazer. 

 

Uma nova aventura é sempre uma nova aventura:

- Mas e se eu parar? Só para aliviar a cabeça, recarregar baterias, descansar um pouco? Qual é o pior que pode acontecer?

 

Custar-me a pegar de volta? Desanimar? Adiar o propósito mais uma semana? Será?

Tenho medo de parar, perder o ritmo, acumular ainda mais coisas. Só quero que isto funcione. Deus ajuda-me na fé, na execução, na decisão e direção.

 

Tenho tanto medo de errar e falhar, tenho tanto medo que isto não funcione, tenho tanto medo de dar razão a quem não acreditou em mim. Tenho tanto medo que ele (meu marido) olhe para mim com os piores olhos, com olhos de desilusão. Tenho medo de ser imperfeita, de ir contra a minha palavra. Estou a acreditar e a entregar tanto que seria muito mau não conseguir. Está muita coisa em jogo. Esta batalha não pode ser em vão!

 

Tenho mesmo medo de voltar para algo que não goste, com o qual não me identifique, tenho medo de não me encontrar, de sentir-me um robot, sentir que parei... que é só isto, que tenho de me conformar, que a vida não tem mais para me dar e que alegria e felicidade são apenas aqueles momentos de fim de semana para os quais eu ganho dinheiro durante a semana. 7 dias da semana nos quais em apenas 2 eu me sinto viva.

 

Tenho medo de falhar, de tropeçar, de assumir que errei. O orgulho aqui é tramado. Não quero perder a razão, a luz.

 

Imagina se isto dá certo? Fogoooo, seria tão feliz.

Por outro lado, também tenho medo de ao alcançar sentir tipo: - Era só isto?

 

O vazio, parece difícil de ser preenchido.

O que tanto procuro? Porquê tanta insatisfação?

Falta sempre algo, falta o quase.

 

 

Que misturada

 

Enfim, eu sei. Que confusão de texto. Que confusão de pensamentos que vai para aqui, mas só vos quis trazer aqui a realidade daquilo que por vezes vagueia na minha mente, pois sei que não sou a única a sentir-se assim.

 

Como é que o facto de eu estar a falar sobre o meu projeto, misturou-se com a questão do papel da mulher na sociedade?

 

Misturou-se, porque por mais que pareça nós não somos uma coisa só. Quando eu estou no trabalho, eu não deixo de ser mãe, quando eu exerço o meu papel de mãe, eu também não deixo de ser mulher... todos esses papéis se relacionam entre si e encontrar o equilíbrio entre todos eles é que é o desafio. Permitir-me ser tudo isso e ainda assim ter saúde, ser feliz, estar equilibrada é essencial e para isso e por isso continuo a caminhar. A Made to be happy, é mesmo a minha motivação para encontrar cada vez mais respostas e um dia dizer: Encontrei!

 

 
 
 

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