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Fim de semana em Amesterdão

E assim começou, numa sexta feira normal, uma nova e entusiasmante missão : Sobreviver a uma ida a Amesterdão.


Sim, sobreviver porque quando toca a sítios novos, com pessoas novas e em grupos grandes, a ansiedade sobe para os mil infinitos.


Hoje venho contar-vos como foi a minha primeira ida a Amesterdão.


Parte 1 – viagem a Amesterdão na minha cabeça


Estava tranquila na minha vida quando a minha irmã diz: Bora a Amesterdão?


O meu lado aventureiro diz logo:

- Yeaah!! Boraa, novos lugares a explorar, novas coisas a conhecer,... Adorooo!!


No entanto, essa voz do lado aventureiro não veio sozinha. Ela veio acompanhada pela outra, a tal, aquela que tem que sempre vir tentar estragar tudo. E começa ela então a dizer:

- Epaaah,... Sítios novos?? Sabes lá tu o que vai acontecer... E se acontece algo inesperado?? E se há algum acidente??? E se te sentes mal? Não conheces nada daquilo. Não é melhor ficares aqui onde conheces tudo. Assim, se algo acontecer sabes para onde te dirigir, onde te socorrer...


Quando essa segunda voz veio, decidi não lhe dar ouvidos e então confirmei à minha irmã que alinhava na viagem.


Parte 2 – A viagem a sério


E assim foi, início de tarde e lá nos lançávamos nós à estrada.

Fomos mais cedo que resto do grupo, pois assim poderíamos ir com mais calma, sem stress.


A viagem foi super tranquila. No caminho eu pensava:

- Elaah afinal as pessoas por estas estradas não conduzem tão mal. As estradas são largas parecem seguras e isto até está a correr bem. Só precisámos de parar algumas vezes por causa da bébé mas está tudo bem. Tudo sob controle.


1, 2, 3,4 horas de viagem e lá chegámos nós.

Yes! - primeira etapa concluída. Chegada a Amesterdão: Check.

E agora, pensei eu, agora sim vou poder descansar um pouco, relaxar e amanhã passear.

No entanto, assim que chego fico a saber que o local onde vou dormir nos próximos dias situa-se num, nada mais, nada menos que oitavo andar. E lá vou eu outra vez :


- Ohh não, não pode ser verdade. Porquê um andar tão alto? Será que consigo ir a pé ? Como faço com a minha pequena ? E se ela vai no elevador com o pai e eu a pé e o elevador encrava? Como lhe dou de comer?? Bom, acho que vou ter de enfrentar esta.


E assim foi, entro no elevador, tentando manter-me o mais descontraída possível, mas sempre mantendo os olhos colados ao ecrã que monstra os andares que vamos passando.


Só pensava dentro de mim :

- Deus, ajuda-nos a chegar bem, pleaseee!


E lá Ele ouviu as minhas preces e chegámos bem ao tão longínquo oitavo andar.


Missão número 3


Segunda missão concluída passemos então à terceira : Conseguir ultrapassar o facto de estar a mais de nem sei quantos metros do chão e sentir-me segura.


Ao chegar ao apartamento, tudo parecia estar bem. Era um espaço super agradável, com um pessoal super acolhedor e um cheirinho a comidinha acabada de fazer que atiçava o apetite.


Tudo parecia bem até que voltei a lembrar que estava num nada mais nada menos que : oitavo andar.


Apesar de ser um prédio bem estruturado em betão, talvez por conta do temporal que começou a fazer na rua a minha mente começou a sentir aquele oitavo andar como algo perigoso.


A insegurança voltou e na minha mente o prédio em que eu estava parecia agora ser

feito de papel.


É como se sentisse cada centímetro da distância a que estava do chão e na minha mente, ainda que estivesse dentro do apartamento, sentia uma espécie de vertigem e imaginava o chão que pisava como um pavimento extremamente fino e frágil.


Fui procurando abstrair-me dessa sensação, desconstruindo as ideias que iam surgindo na minha mente mas não estava a ser fácil. Falei com o meu marido, explicando o que estava a sentir e ele com alguma paciência ajudava-me a perceber o quão forte era o edifício e isso ajudava-me a acalmar um pouco.


Durante todo fim de semana fui procurando acalmar-me. Sentia receio de partilhar o que estava a sentir com as pessoas à minha volta, pois sabia que não iriam entender e isso iria fazer-me sentir mais fragilizada e fraca, tinha receio de me acharem ridícula por aquele tipo de pensamentos.


Não foi fácil, pois realmente só queria descontrair e divertir-me. Consegui fazê-lo por alguns momentos e vou poder guardar isso na minha memória.


Não posso deixar de reter também que no final saí vitoriosa nesta aventura: consegui ir até lá, consegui enfrentar o medo de andar de elevador e consegui partilhar com o meu marido o que estava a sentir sem sentir complexos comigo mesma. Por fim, voltei sã e salva para poder partilhar com vocês esta aventura e quem sabe um dia voltarei lá e conseguirei divertir-me ainda mais. Se não voltar lá, não faz mal pois também já valeu a pena.

 
 
 

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